9 de jan. de 2012

Xangô



Xangô é o Orixá do fogo, da justiça e do trovão, traz um machado(de laminas duplas) na mão para julgar os atos dos humanos, este é um dos principais Orixás, muito lembrado na Umbanda e no Candomblé.Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô.

Ọba é palavra da língua Yoruba que designa rei. Ọba é também um dos epítetos do orixá Xangô (em Yoruba Xangô)(não confundir Obá, rei, soberano ( oba ), com o orixá Obá ( Òbà), que é uma das esposas de Xangô). Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oyó, que foi o mais poderoso dos impérios Yorubas. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oyó, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.

Não existem registros históricos da vida de Şàngó na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Şàngó, que começa com o surgimento dos povos Yorubas e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oyó e narra os momentos cruciais da vida de Xangô:

Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oyó, mais tarde governada por Xangô.

Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que formam a terra dos Yorubas, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.

Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado por Odudua. O rei de Oyó tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oyó.

Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Aláàfìn de Oyó. Ajaká, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajaká tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos Yorubas. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que governava kossô, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oyó.

Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.

Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, o obá da capital de todas as grandes cidades Yorubas.

Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo. Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha.

A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!

Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão.

Num desses dias, o obá de Oyó subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão.

Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oyó virou cinzas.

Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e enviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Xangô.

Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida.

Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a floresta e numa árvore se enforcou.

Ọba so!, Ọba so!

O rei se enforcou! Correu a notícia.

Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:

Ọba ko so!, Que quer dizer O rei não se enforcou!

Ọba ko so! Ọba ko so!

Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: O rei não se enforcou! Ọba ko so! Obá Kossô! O rei não se enforcou.

Na Umbanda

Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como, a Estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do Universo. Quando Deus Criou os Estados exteriores da Criação, o Primeiro foi o vazio(Exu), o Segundo estado foi o Espaço em si mesmo(Oxalá) e o Quarto Estado da Criação exterior foi o equilíbiro de tudo e de todos(Xangô)

Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, nós umbandistas preferimos amá-los e ponto final. Tudo se trata de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o Universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê) é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não o adoramos como um deus com características humanas, mas sim, como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.

Oferenda Básica

Bebidas - Cerveja Preta

Comidas - quiabos picados em rodelas e levemente cozidos, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas

Fitas - Branca e Marrom

Frutas - abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha

Libação - Vinho tinto seco

Licor - Licor de Chocolate

Linhas - Branca e Marrom

Pembas – branca, marrom e vermelha.

Toalhas ou panos - marrons

Velas - Branca e Marrom

Sua saudação é "Kaô Kabecile"

Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e consequentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo, portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.

Existem inúmeras qualidades de Şàngó, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:

Xangô Kâo - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.

Xangô Àfọnjá, o Bãlẹ̀ (governante) da cidade de Ìlọrin. Àfọnjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oyo, no início do século dezenove, Oyo era governada pelo rei Awole, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oyo e se unir com os inimigos, esse general se chamava Àfọnjá que era conhecido como Kakanfo de Ìlọrin. Declarou-se independente de Oyo. Com isso o Rei de Oyo Awole se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Àfọnjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Àfọnjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.

Ọbá Kuso ou Ọbá Kosô- Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kosô nos arredores de Oyo, tornando-se seu Rei. Título dado também a Agọnjú, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oyo foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.

Şàngó Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.

Xangô Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.

Xangô Ajakà - Também entitulado Bayaniym - O pai me escolheu, que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.

Xangô Agọnjú - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.

Qualidades de Xangô Ayrá

Em alguns terreiros cultua-se um grupo de qualidades de xangô que recebe o nome de Ayrá. Também se acredita que Ayrá seja um orixá diferente de xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Ayrá como um xangô branco. Vejamos algumas das qualidades de Xangô Ayrá.

Ayrá Intile - É o filho rebelde de Ọbàtálá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Ọbàtálá. Um dia, Ọbàtálá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Ọbàtálá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Ayrá Intilé havia se submetido a alguém. Ayrá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Ọbàtálá desfez os colares de Ayrá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Ọbàtálá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Ọbàtálá fez com que Ayrá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Ayrá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Ayrá Ibonã - É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Ayrá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Ayrá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

Ayrá Osi - É o eterno companheiro de Oxoguiã. Um dia, passando Oşoguian pelas terras onde vivia Ayrá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxoguiã se desse conta, Ayrá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxoguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxoguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oşoguian interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Ayrá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oşoguian, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Ayrá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Ayrá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Ayrá Osi- são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São muitas as invocações ou qualidades de xango, que, como vimos, se juntas às outras tantas de Ayrá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.

PONTOS DE XANGÔ

Segue abaixo alguns dos pontos cantados para Xangô. São pontos que demonstram a sabedoria, a força e a justiça desse Orixá.

PONTO 01

Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,

Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,

A Umbanda está lhe chamando,

Deixa essa pedreira aí!

A Umbanda está lhe chamando,

Deixa essa pedreira aí!

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PONTO 02

Xangô é um corisco,

Que nasceu da trovoada!

Xangô é um corisco,

Que nasceu da trovoada!

Ele mora na pedreira,

Levanta de madrugada!

Ele mora na pedreira,

Levanta de madrugada!

Longe, bem longe aonde o sol raiou,

Longe, bem longe aonde o sol raiou,

Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!

Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!

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PONTO 03

Escureceu, a noite chegou!

Escureceu, a noite chegou!

Firma ponto na pedreira,

Saravá Xangô!

Firma ponto na pedreira,

Saravá Xangô!

Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!

Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!

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PONTO 04

No alto daquela pedreira,

Tem um livro que é de Xangô!

No alto daquela pedreira,

Tem um livro que é de Xangô!

Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!

Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!

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PONTO 05

Xangô é Rei,

É Rei Nagô!

Xangô é Rei,

É Rei Nagô!

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

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PONTO 06

Fui buscar um lírio branco,

Na pedreira de Xangô

Trouxe também outras flores,

Que meu Pai abençoou,

Quem gostar de lindas flores,

E ainda não achou,

Vai buscá-las com carinho,

Na linda primavera de meu Pai Xangô!

Vai buscá-las com carinho,

Na linda primavera de meu Pai Xangô!

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PONTO 07

“Xangô na Umbanda é Juiz”!

A lei de Xangô é sagrada!

Filho de Xangô é feliz!

Tem sempre defesa firmada!

Filho de Xangô é feliz!

Tem sempre defesa firmada!

Xangô a sua Justiça,

É pura e é verdadeira!

Sem ódio e sem cobiça,

Leva todo mal pra pedreira!

Sem ódio e sem cobiça,

Leva todo mal pra pedreira!

Xangô tem nos ombros o peso,

Da sua pedreira sagrada!

Xangô tem nos ombros o peso,

Da sua pedreira sagrada!

Xangô nós te pedimos,

Que nos dê seu perdão!

Xangô nós te pedimos,

Não deixa seus filhos em vão!

Xangô nós te pedimos,

Não deixa seus filhos em vão!

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PONTO 08

Pedra rolou Pai Xangô,

Lá na pedreira!

Segura pedra meu Pai,

Na cachoeira!

Pedra rolou Pai Xangô,

Lá na pedreira!

Segura pedra meu Pai,

Na cachoeira!

Tenho meu corpo fechado,

Xangô é meu protetor,

Tenho meu corpo fechado,

Xangô é meu protetor

Afirma ponto meu filho,

Pai de cabeça chegou!

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PONTO 09

Ô Gino olha a sua banda,

Ô Gino olha o seu gongá!

Ô Gino olha a sua banda,

Ô Gino olha o seu gongá!

Aonde o rouxinol cantava,

Aonde Xangô morava,

Aonde o rouxinol cantava,

Aonde Xangô morava,

Ele Gino da cobra coral

Ele Gino da cobra coral

Ele Gino da cobra coral

Kaô!

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PONTO 10

Xangô, Xangô, Xangô,

Xangô Kaô meu Pai!

Foi o Senhor quem falou

“Filho de Xangô não cai.”

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PONTO 11

Lê lelê o kaô

Lê lelê o kaô

Lê lelê é de vangolé

Lê Lelê kaô

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PONTO12

Dizem que Xangô mora na pedreira,

Mas não é lá sua morada verdadeira!

Dizem que Xangô mora na pedreira,

Mas não é lá sua morada verdadeira!

Xangô mora numa cidade de Luz,

Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!

Xangô mora numa cidade de Luz,

Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!"

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PONTO 13

Xangô morava nas pedreiras,

Viveu escrevendo em uma pedra,

Ele escreveu a Justiça.

Quem deve paga, quem merece recebe!

Ele escreveu a Justiça.

Quem deve paga, quem merece recebe!"

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PONTO 14

Meu pai São João Batista, ele é Xangô!

Ele é o dono do meu destino até o fim!

Meu pai São João Batista, ele é Xangô!

Ele é o dono do meu destino até o fim!

O dia que me faltar a fé no meu Senhor

Que role essa pedreira sobre mim!

O dia que me faltar a fé no meu Senhor

Que role essa pedreira sobre mim!

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PONTO 15

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Com seu leão do lado,

Com seu machado na mão,

Ele corta mironga,

Pra seus filhos, da proteção.

Justiça maior é do meu Pai Xangô!

Justiça verdadeira!

O seu brado é tão alto,

Que escoa na pedreira!

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Pedra rola da pedreira

Encima de quem errou

Justiça quem faz e ele

Porque ele é Xangô!

Com seu leão do lado,

Com seu machado na mão,

Ele corta mironga,

Pra seus filhos, da proteção.

Justiça maior é do meu Pai Xangô!

Justiça verdadeira!

O seu brado é tão alto,

Que escoa na pedreira!

Pedra rola da pedreira

Encima de quem errou

Justiça quem faz e ele

Porque ele é Xangô!

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