9 de jan. de 2012

Obaluaê/Omulú


Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado Orixá da Cura, das doenças, das pestes.

É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.



Na Umbanda São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.

Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.

Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulú é o mesmo Orixá ou são Orixás distintos. A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou Omulú é falar no mesmo Orixá.

Obaluayê - Yorùbá Ọbalúwaìye é uma flexão dos termos: Ọba (rei) – Olúwa (senhor) – Ayé (terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. São também comuns as variações gráficas Ọbalúwaìye, Obaluaê e Abaluaê.

Omulu - Yorùbá Ọmọlú também é uma flexão dos termos: Ọmọ (filho) – Olúwa (senhor), que quer dizer “Filho do Senhor”.

Ọbalúwaìye, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlú o mais velho, é o sábio, o feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.

Na Umbanda, o culto é feito a Ọbalúwaìye, que se desdobra com o nome de Ọmọlú (os nomes se referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho). Orixá originário do Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Yorubanos como severo e terrível, caso não seja devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através de gestos humildes, honestos e leais.

Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Ọbalúwaìye estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).

Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmọlú seja Ọbalúwaìye. Para a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis, referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam tipos diferentes do mesmo Orixá.

Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, consequentemente, a saúde. Assim como sua mãe Nanã, tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa, em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira enfeitado com búzios.

Seu dia da Semana é a Segunda - Feira.

Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) - 17 de dezembro (em razão do sincretismo com São Lázaro) e 16 de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).

Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).

Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).

Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues, preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.

Também se manifestam falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São espíritos ligados diretamente à Obaluaê.

Em termos mais estritos, Ọbalúwaìye é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Ọmọlú é sua forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Ọbalúwaìye é a que mais se vê.

A figura de Ọmọlú/Ọbalúwaìye, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas. Faz parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

Sua saudação é "Atotô Obaluaê!"

Ponto 01

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

Atotô Obaluaê, Atotô babá!

Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!

Atotô Obaluaê, Atotô babá!

Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!

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Ponto 02

Ele é um grande Orixá,

Ele é o chefe da Calunga,

Ele é seu Atotô, Obaluaê!

Ele é seu Atotô, Obaluaê!

Ele é um grande Orixá,

Ele é o chefe da Calunga,

Ele é seu Atotô, Obaluaê!

Ele é seu Atotô, Obaluaê!

Seu Omulú é,

Seu Omulú é,

Seu Omulú é,

Seu Omulú é Orixá!

Seu Omulú é,

Seu Omulú é,

Seu Omulú é,

Seu Omulú é Orixá!

Yansã


Iansã é Orixá Guerreira, senhora das almas, dos ventos, das tempestades, dos raios e relâmpagos.

Em razão do sincretismo religioso, a imagem de Iansã está fortemente associada à imagem de Santa Bárbara, a Santa nascida no Século III e tida como protetora contra os relâmpagos e tempestades.

Iansã é um Orixá que teve seu culto nascido na Nigéria, mais especificamente nas margens do Rio Niger. Curiosidade é que nome "Iansã" é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referência ao entardecer, Iansã = "A mãe do céu rosado" ou "A mãe do entardecer". Assim, falar em Oyá ou Iansã é falar do mesmo Orixá.

O culto à Iansã chegou ao Brasil juntamente com os negros escravos. Certamente pela semelhança na regência das tempestades e relâmpagos, além de empunhar uma espada na mão, Iansã passou a ser sincretizada com Santa Bárbara.

Iansã também é tida como a senhora dos Eguns (mortos). Por isso, assim como saudamos Obaluaê no campo santo, também devemos saudar Iansã.

Por ser um Orixá Guerreira, seu símbolo é o raio e a Espada. (Apenas por título de curiosidade, no candomblé, além da espada o símbolo de Iansã é o Irukerê, uma espécie de chicote feito com cauda de búfalo, o qual tem por finalidade conduzir os Eguns).

A cor de Iansã usada na Umbanda é o Amarelo. (No candomblé e em alguns tipos de umbanda "traçada" (que misturam candomblé com umbanda) usam-se as cores vermelha, marron e rosa).

Yansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente cultuada sob o nome de Ọya. Ọya recebeu de Şàngó o título de YÀSÁN (ìyá = senhora + ọsan = tarde), que quer dizer, a senhora das tardes, pois chegava sempre as tardes, linda e esvoasante com sua roupa de fogo.É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda, talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara. Yansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Şàngó ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque Yansã é uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, consequentemente, da tempestade.

Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Yansã, ela surge quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que exterioriza sua cólera.

Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Ọya, pelos africanos, isso, porém, não deve ser confundido com um domínio sobre a água.

A figura de Yansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Yansã não gosta dos afazeres domésticos.

É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Yansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.

Foi esposa de Ògún e, posteriormente, a mais importante esposa de Şàngó. é irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso. É dona dos movimentos (movimenta todos os Orixás), em algumas casas é também dona do teto da casa, do Ilê.

Yansã é a Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal.

É ela que servirá de guia, ao lado de Ọbalúwaìye, para aquele espírito que se desprendeu do corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda também a falange dos Boiadeiros.

Duas lendas se formaram, a primeira é que Yansã não cortou completamente relação com o ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Yansã e Ògún, tornaram-se inimigos irreconciliáveis depois da separação.

Yansã é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de cultos afro-brasileiros.

Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Paixão violenta, que corrói que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase está apaixonada, tem a presença e a regência de Yansã, que é o orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das consequências de um ato impensado no campo amoroso. Yansã rege o amor forte, violento.

As oferendas para Iansã levam velas e flores amarelas, espadas de Iansã (igual as espadas de São Jorge, mas com as bordas amarelas), bebidas doces, frutas (em especial o melão) e acarajé. São entregues, preferencialmente em bambuzais e pedreiras.

Seu dia da semana é a Quarta-Feira, dia que divide com o Orixá Xangô.

Seu dia do ano é o 04 de dezembro.

Sua saudação é "Epa hei ou Eparrei Iansã/Oyá!"

Pontos cantados:

Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô

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Yemanjá


Yemanjá - A RAINHA DO MAR!

Iemanjá é a Senhora dos Mares, dos Oceanos e da fecundidade. É tida como mãe de todos os orixás, isso porque, a própria ciência confirma que toda a vida existente na terra, teve sua origem nos oceanos.

O nome Iemanjá deriva da palavra Yorubá Yemonja "Yèyé omo ejá" que significa "Mãe cujos filhos são peixes". É uma divindade oriunda da nação de Egbé, nação esta Yoruba onde existe o rio Iemanjá.

Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição da Praia e com Nossa Senhora dos Navegantes. Entretanto, diversamente do que ocorre com os outros Orixás, a imagem de Iemanjá não está fortemente relacionada a imagem das santas católicas. A Imagem de Iemanjá mais difundida, é a de uma mulher morena vestida com uma manto azul da cor do mar e enfeitada com pérolas e uma coroa com estrela do mar.

Essa imagem teve origem no Brasil. Conta-se que foi objeto de uma visão de uma médium durante um trabalho de praia, que, ao olhar para o mar teve a benção de ver a mãe sereia andando sobre as águas.

A partir de então, essa imagem passou a ser a mais vendida não só Brasil, como no mundo. Em consequência, Iemanjá passou a ser a Orixá mais popular do Brasil, atraindo adeptos não só da Umbanda e do Candomblé, mas também de outras religiões.

É comum ver na noite do dia 31 de dezembro, diversas pessoas de outras religiões jogando flores, perfumes e champanhe ao mar, pedindo proteção e bênçãos de Iemanjá para o ano vindouro.

Iemanjá também é conhecida por: Mãe d´água, Janaína, Iara, Sereia, Princesa do Mar, Marbô, Inaê, Mucunã, Rainha do Mar, Rainha das Águas, entre tantos outros.

À Iemanjá sempre é pedido proteção, para que leve para as profundezas dos oceanos, toda energia negativa, toda demanda e todo mau espírito. Iemanjá por ser mãe, traz o conforto, a segurança e o amor na vida dos filhos de fé.

As cores de Iemanjá são o azul e o branco.

Suas oferendas levam velas azuis e brancas, champanhe, flores, perfumes, espelhos e pentes. São entregues, preferencialmente no mar.

Seu dia da semana é o Sábado.

Seu dia do ano é o dia 02 de fevereiro (ou 8 de dezembro se sincretizada com N.Sª da Conceição da Praia).

Sua saudação é Odoìyá! Odo (rio) Ìyá (mãe) ou Odofiaba!

Da linha de Iamanjá originam diversos espíritos, dentre caboclos, baianos, falangeiros e Exus.

São entidades ligadas fortemente com o mar e com a praia.

Características dos filhos de Iemanjá

Pelo fato de Iemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoa. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O homem filho de Iemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor. Geralmente é calmo e tranquilo, exceto quando se sente ameaçado na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ògún, torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranquila, e sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Iemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as joias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsável e decidido do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades em longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Iemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.

Qualidades

São 16 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Aqui, no entanto, e por não haver concenso quanto a esta questão, e muito estudo e pesquisa ser ainda necessário, vai encarar como qualidades de um único orixá, tal como fazemos com todos os outros.

Yèmọnja Asdgba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Èşù, rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano, tem afinidade com Nanã. Veste branco.

Yèmọnja Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.

Yèmọnja Ataramaba: Nessa forma ela está no colo de seu pai Olóòkun.

Yèmọnja Ataramogba ou Iyáku: Vive na espuma da ressaca da maré.

Yèmọnja Ayio: Muito velha. Veste sete anáguas para se proteger. Vive no mar e descansa nas lagoas. Come com Ọ̀ṣun e Nanã.

Yèmọnja Iya Masemale ou Iamasse: É a mãe de Şàngó e quem cuidou de Òşùmàrè. Esposa de Oranian e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Şàngó. As suas contas são branco leitosas, rajadas de vermelho e azul.

Yèmọnja Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowô: É uma das mais velha, possui ligação com Òşàlà, o seu fundamento está no ori, representa a vida, pode curar doenças da cabeça. Veste branco e cristal.

Yèmọnja Konla: O seu mito conta que ela afoga os pescadores.

Yèmọnja Maleleo ou Maiyelewo: Esta Yèmọnja vive no meio do oceano no lugar onde se encontram as sete correntes oceânicas.

Yèmọnja Odo: Tem aproximação com Ọ̀ṣun, e vive na água doce sendo muito feminina e vaidosa.

Yèmọnja Ogunté: Considerada a nova guerreira, dona da espada, esposa de Ògún ferreiro (Alagbedé) e mãe de Ògún Akorô e Oxóssi. O seu nome significa aquela que contém Ògún. Vive perto das praias, no encontro das águas com as pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ògún. Veste branco; azul marinho, cristal, ou verde e branco.

Yèmọnja Olosá: Come com Ọ̀ṣun e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a Yèmọnja mais velha da terra de Egbado. Ná Africa é cultuada como uma divindade feminina das lagoas onde desaguam vários rios.

Yèmọnja Oyo: Benéfica, muito feminina, saudada na cerimónia do Padê, veste de branco, rosa e azul claro.

Yèmọnja Saba: Fiadeira de algodão, Sabá ou Iyasabá é a esposa de Orunmilá, divindade do oráculo iorubano, e como ele detém o poder sobre o Ifá. Isto é celebrado no mito em que Orunmilá, saindo para trabalhar em outras terras, demora-se a retornar e sua mulher, Yèmọnja Sabá começa a passar dificuldades financeiras. Burlando as ordens do marido, ela apanha o oráculo e começa a atender todas as pessoas que corriam à sua casa, Orunmila tomou conhecimento de que havia em sua cidade, uma mulher adivinha que estava arrebanhando muitos clientes. Intrigado, Orunmilá disfarçou-se e foi em busca da tal mulher, que, para seu espanto, era Yèmọnja. Irado, levou a esposa à corte de Olodumaré para que suas atitudes fossem julgadas. Olodumaré decidiu que, a partir daquele dia, visto o desempenho de Yèmọnja no manuseio de Ifá, todos os adivinhos deveriam fazer reverências a ela e que ela responderia através dos cauris, trazendo suas mensagens aos homens. Orunmilá, mesmo contrariado, submete-se à decisão do deus supremo. Yèmọnja Sabá é conhecida também por escutar apenas de um dos ouvidos. Quando ocorre sua possessão no terreiro em algum de seus filhos, vêem-se vários filhos de santo apostando entre si para saber através de qual ouvido a divindade estará escutando naquele dia. Precisam saber disso, para que seus pedidos sejam ouvidos e atendidos.

Iemanjá Sessu, Sesu, Iyasesu ou Susure: Ligada à gestação. Voluntariosa e respeitável, mensageira de Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluaiyê e Ògún. Além do próprio assentamento, tem que se assentar Ọ̀ṣun e Obaluaiyê. Veste branco, verde água e suas contas branco cristal. Tão temível quanto Sabá, Yèmọnja Sessu participa da cerimônia do axexé (àṣẹ̀ṣẹ̀: rito funerário) pois vive nas profundezas, assim como Nanã, que abre a terra para receber os mortos.

Yèmọnja Yinaé ou Malelé: Aquela que os filhos sempre serão peixes. Também conhecida como Marabô, mora nas águas mais profundas. É a sereia, ligada à reprodução dos peixes; vem sempre a beira do mar apanhar as suas oferendas; está ligada a Òşàlà e Exú.

PONTOS DE IEMANJÁ

Seguem abaixo alguns dos pontos mais cantados para reverenciar a Rainha do Mar!

PONTO 01

"Retira a jangada do mar,

Mãe d'agua mandou avisar!

Que hoje não pode pescar,

Pois hoje tem festa no mar!

Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!

Ela é, ela é a Rainha do mar!

Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!

Ela é, ela é a Rainha do mar!

Traz pentes, traz espelhos,

ôôôô

Pra ela se enfeitar!

ôôôô

Traz flores, traz perfumes,

Feito a cor do mar!"

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PONTO 02

Mãe d'agua Rainha das ondas, sereia do mar!

Mãe d'agua seu canto é bonito quando faz luar!

Mãe d'agua Rainha das ondas, sereia do mar!

Mãe d'agua seu canto é bonito quando faz luar!

É bonito o canto de Iemanjá!

Sempre faz o pescador chorar!

Ele escuta a mãe d'agua cantar!

Vai com ela profundo do mar!

Vai com ela profundo do mar!

Ê, Iemanjá!

Ê, Iemanjá!

Rainha das ondas sereia do mar!

Rainha das ondas sereia do mar!

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PONTO 03

Iemanjá, é a Rainha do mar! êê

Iemanjá, é a Rainha do mar!

Iemanjá, é a Rainha do mar! êê

Iemanjá, é a Rainha do mar!

Salve o Povo de Aruanda!

Salve meu Pai Oxalá!

Salve Oxossi,

Salve os guias!

Salve Ogum Beira-Mar, Iemanjá!

Iemanjá, é a Rainha do mar! êê

Iemanjá, é a Rainha do mar!

Iemanjá, é a Rainha do mar! êê

Iemanjá, é a Rainha do mar!

Vai ter festa na ribeira,

Vai ter festa no canzuá!

Vai ter ponto a noite inteira!

E vai ter muitas flores no mar, pra Iemanjá!

Iemanjá é a Rainha do mar! Ê

Iemanjá é a Rainha do mar! ...

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PONTO 04

"Meu irmão, quando ouvir!

Ao longe um lindo cantar!

São os anjos do céu!

Ou a sereia do mar...

Meu irmão, quando ouvir!

Ao longe um lindo cantar!

São os anjos do céu!

Ou a sereia do mar..

Todo mundo se admira,

Quando escuta cantar!

Quanto mais eles ouvissem,

Sereia canta no mar!"

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PONTO 05

"Sereia, sereia,

Rainha do Mar!

Sereia, sereia,

Mamãe Iemanjá!

Sereia, Sereia,

Rainha do mar!

Sereia, sereia,

Vem descarregar!"

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PONTO 06

Saia do mar linda sereia!

Saia do mar venha brincar na areia!

Saia do mar sereia bela!

Saia do mar venha brincar com ela!

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PONTO 07

A onda do mar rolou!

A onda do mar rolou!

A onda do mar rolou!

A onda do mar rolou!

Saravá a Rainha do mar!

Saravá a Rainha do mar!

Saravá a Rainha do mar!

Saravá a Rainha do mar!

Mamãe Iemanjá!"

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PONTO 08

"A marola do mar vai levando,

Iemanjá é quem vai navegando,

e a marola do mar vai levando,

Iemanjá é quem vai navegando..."

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PONTO 09

"No fundo do mar tem pedra,

debaixo da pedra tem areia,

debaixo d'areia tem conchinha,

debaixo conchinha mãe sereia!

ô tem areia, ô tem areia,

ô tem areia no fundo do mar, tem areia!

ô tem areia, ô tem areia,

ô tem areia no fundo do mar, tem areia!

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PONTO 10

"Eu fui na beira da praia!

Pra ver, o balanço do mar!

Eu vi, seu retrato na areia,

me lembrei da sereia,

comecei a chamar!

Ô Janaina vem ver,

Ô Janaina vem cá,

receber suas flores,

que venho lhe ofertar!

Ô Janaina vem ver,

Ô Janaina vem cá,

receber suas flores,

que venho lhe ofertar!

Xangô



Xangô é o Orixá do fogo, da justiça e do trovão, traz um machado(de laminas duplas) na mão para julgar os atos dos humanos, este é um dos principais Orixás, muito lembrado na Umbanda e no Candomblé.Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian. Orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô.

Ọba é palavra da língua Yoruba que designa rei. Ọba é também um dos epítetos do orixá Xangô (em Yoruba Xangô)(não confundir Obá, rei, soberano ( oba ), com o orixá Obá ( Òbà), que é uma das esposas de Xangô). Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oyó, que foi o mais poderoso dos impérios Yorubas. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua cidade, a ponto de o rei de Oyó, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.

Não existem registros históricos da vida de Şàngó na Terra, pois os povos africanos tradicionais não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Şàngó, que começa com o surgimento dos povos Yorubas e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oyó e narra os momentos cruciais da vida de Xangô:

Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oyó, mais tarde governada por Xangô.

Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que formam a terra dos Yorubas, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.

Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus guerreiros num determinado sítio por certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa. Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado por Odudua. O rei de Oyó tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oyó.

Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Aláàfìn de Oyó. Ajaká, que tinha o apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajaká tinha um irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos Yorubas. Era filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que governava kossô, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oyó.

Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.

Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, o obá da capital de todas as grandes cidades Yorubas.

Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo. Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa cabacinha.

A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!

Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte, que certamente exigia perícia e precisão.

Num desses dias, o obá de Oyó subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr, o povo chamou de trovão.

Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado, queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oyó virou cinzas.

Passado o incêndio, os conselheiros do reino se reuniram, e enviaram o ministro Gbaca, um dos mais valentes generais do reino, para destituir Xangô.

Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam a tirar a própria vida.

Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a floresta e numa árvore se enforcou.

Ọba so!, Ọba so!

O rei se enforcou! Correu a notícia.

Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus partidários, que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:

Ọba ko so!, Que quer dizer O rei não se enforcou!

Ọba ko so! Ọba ko so!

Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: O rei não se enforcou! Ọba ko so! Obá Kossô! O rei não se enforcou.

Na Umbanda

Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como, a Estrela de 6 pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do Universo. Quando Deus Criou os Estados exteriores da Criação, o Primeiro foi o vazio(Exu), o Segundo estado foi o Espaço em si mesmo(Oxalá) e o Quarto Estado da Criação exterior foi o equilíbiro de tudo e de todos(Xangô)

Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, nós umbandistas preferimos amá-los e ponto final. Tudo se trata de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum que equilibra todo o Universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê) é chamado de Xangô na religião umbandista, ou seja, na Umbanda não o adoramos como um deus com características humanas, mas sim, como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.

Oferenda Básica

Bebidas - Cerveja Preta

Comidas - quiabos picados em rodelas e levemente cozidos, rabada cozida com cebolas cortadas em rodelas

Fitas - Branca e Marrom

Frutas - abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha

Libação - Vinho tinto seco

Licor - Licor de Chocolate

Linhas - Branca e Marrom

Pembas – branca, marrom e vermelha.

Toalhas ou panos - marrons

Velas - Branca e Marrom

Sua saudação é "Kaô Kabecile"

Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao estudo, discernimento, e consequentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo, portanto o equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.

Existem inúmeras qualidades de Şàngó, mas não estão relacionados as combinações de outras forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste Orixá em nível de natureza), assim temos:

Xangô Kâo - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça, evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe as obrigações de Oxalá.

Xangô Àfọnjá, o Bãlẹ̀ (governante) da cidade de Ìlọrin. Àfọnjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oyo, no início do século dezenove, Oyo era governada pelo rei Awole, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oyo e se unir com os inimigos, esse general se chamava Àfọnjá que era conhecido como Kakanfo de Ìlọrin. Declarou-se independente de Oyo. Com isso o Rei de Oyo Awole se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Àfọnjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Àfọnjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.

Ọbá Kuso ou Ọbá Kosô- Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kosô nos arredores de Oyo, tornando-se seu Rei. Título dado também a Agọnjú, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oyo foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.

Şàngó Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.

Xangô Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.

Xangô Ajakà - Também entitulado Bayaniym - O pai me escolheu, que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.

Xangô Agọnjú - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.

Qualidades de Xangô Ayrá

Em alguns terreiros cultua-se um grupo de qualidades de xangô que recebe o nome de Ayrá. Também se acredita que Ayrá seja um orixá diferente de xangô e que participa de alguns de seus mitos. O mais comum é considerar-se Ayrá como um xangô branco. Vejamos algumas das qualidades de Xangô Ayrá.

Ayrá Intile - É o filho rebelde de Ọbàtálá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando dissabores a Ọbàtálá. Um dia, Ọbàtálá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Ọbàtálá e tentou enfrentá-lo. O velho não se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela primeira vez Ayrá Intilé havia se submetido a alguém. Ayrá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas. Foi então que Ọbàtálá desfez os colares de Ayrá Intilé e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares. Ọbàtálá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco. Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Ọbàtálá fez com que Ayrá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade, Ayrá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido.

Ayrá Ibonã - É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Ayrá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Ayrá têm espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.

Ayrá Osi - É o eterno companheiro de Oxoguiã. Um dia, passando Oşoguian pelas terras onde vivia Ayrá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas. Sem que Oxoguiã se desse conta, Ayrá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxoguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxoguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oşoguian interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Ayrá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco. Oşoguian, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Ayrá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Ayrá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Ayrá Osi- são considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São muitas as invocações ou qualidades de xango, que, como vimos, se juntas às outras tantas de Ayrá. Em diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.

PONTOS DE XANGÔ

Segue abaixo alguns dos pontos cantados para Xangô. São pontos que demonstram a sabedoria, a força e a justiça desse Orixá.

PONTO 01

Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,

Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,

A Umbanda está lhe chamando,

Deixa essa pedreira aí!

A Umbanda está lhe chamando,

Deixa essa pedreira aí!

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PONTO 02

Xangô é um corisco,

Que nasceu da trovoada!

Xangô é um corisco,

Que nasceu da trovoada!

Ele mora na pedreira,

Levanta de madrugada!

Ele mora na pedreira,

Levanta de madrugada!

Longe, bem longe aonde o sol raiou,

Longe, bem longe aonde o sol raiou,

Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!

Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!

============//============

PONTO 03

Escureceu, a noite chegou!

Escureceu, a noite chegou!

Firma ponto na pedreira,

Saravá Xangô!

Firma ponto na pedreira,

Saravá Xangô!

Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!

Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!

=============//===========

PONTO 04

No alto daquela pedreira,

Tem um livro que é de Xangô!

No alto daquela pedreira,

Tem um livro que é de Xangô!

Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!

Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!

=============//==========

PONTO 05

Xangô é Rei,

É Rei Nagô!

Xangô é Rei,

É Rei Nagô!

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

Ô bate palma pra coroa de Xangô

============//=================

PONTO 06

Fui buscar um lírio branco,

Na pedreira de Xangô

Trouxe também outras flores,

Que meu Pai abençoou,

Quem gostar de lindas flores,

E ainda não achou,

Vai buscá-las com carinho,

Na linda primavera de meu Pai Xangô!

Vai buscá-las com carinho,

Na linda primavera de meu Pai Xangô!

============//==================

PONTO 07

“Xangô na Umbanda é Juiz”!

A lei de Xangô é sagrada!

Filho de Xangô é feliz!

Tem sempre defesa firmada!

Filho de Xangô é feliz!

Tem sempre defesa firmada!

Xangô a sua Justiça,

É pura e é verdadeira!

Sem ódio e sem cobiça,

Leva todo mal pra pedreira!

Sem ódio e sem cobiça,

Leva todo mal pra pedreira!

Xangô tem nos ombros o peso,

Da sua pedreira sagrada!

Xangô tem nos ombros o peso,

Da sua pedreira sagrada!

Xangô nós te pedimos,

Que nos dê seu perdão!

Xangô nós te pedimos,

Não deixa seus filhos em vão!

Xangô nós te pedimos,

Não deixa seus filhos em vão!

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PONTO 08

Pedra rolou Pai Xangô,

Lá na pedreira!

Segura pedra meu Pai,

Na cachoeira!

Pedra rolou Pai Xangô,

Lá na pedreira!

Segura pedra meu Pai,

Na cachoeira!

Tenho meu corpo fechado,

Xangô é meu protetor,

Tenho meu corpo fechado,

Xangô é meu protetor

Afirma ponto meu filho,

Pai de cabeça chegou!

=========//=========

PONTO 09

Ô Gino olha a sua banda,

Ô Gino olha o seu gongá!

Ô Gino olha a sua banda,

Ô Gino olha o seu gongá!

Aonde o rouxinol cantava,

Aonde Xangô morava,

Aonde o rouxinol cantava,

Aonde Xangô morava,

Ele Gino da cobra coral

Ele Gino da cobra coral

Ele Gino da cobra coral

Kaô!

======//=======

PONTO 10

Xangô, Xangô, Xangô,

Xangô Kaô meu Pai!

Foi o Senhor quem falou

“Filho de Xangô não cai.”

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PONTO 11

Lê lelê o kaô

Lê lelê o kaô

Lê lelê é de vangolé

Lê Lelê kaô

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PONTO12

Dizem que Xangô mora na pedreira,

Mas não é lá sua morada verdadeira!

Dizem que Xangô mora na pedreira,

Mas não é lá sua morada verdadeira!

Xangô mora numa cidade de Luz,

Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!

Xangô mora numa cidade de Luz,

Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!"

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PONTO 13

Xangô morava nas pedreiras,

Viveu escrevendo em uma pedra,

Ele escreveu a Justiça.

Quem deve paga, quem merece recebe!

Ele escreveu a Justiça.

Quem deve paga, quem merece recebe!"

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PONTO 14

Meu pai São João Batista, ele é Xangô!

Ele é o dono do meu destino até o fim!

Meu pai São João Batista, ele é Xangô!

Ele é o dono do meu destino até o fim!

O dia que me faltar a fé no meu Senhor

Que role essa pedreira sobre mim!

O dia que me faltar a fé no meu Senhor

Que role essa pedreira sobre mim!

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PONTO 15

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Com seu leão do lado,

Com seu machado na mão,

Ele corta mironga,

Pra seus filhos, da proteção.

Justiça maior é do meu Pai Xangô!

Justiça verdadeira!

O seu brado é tão alto,

Que escoa na pedreira!

Pedra rola da pedreira,

Em cima de quem errou,

Justiça quem faz e ele,

Porque ele é Xangô!

Pedra rola da pedreira

Encima de quem errou

Justiça quem faz e ele

Porque ele é Xangô!

Com seu leão do lado,

Com seu machado na mão,

Ele corta mironga,

Pra seus filhos, da proteção.

Justiça maior é do meu Pai Xangô!

Justiça verdadeira!

O seu brado é tão alto,

Que escoa na pedreira!

Pedra rola da pedreira

Encima de quem errou

Justiça quem faz e ele

Porque ele é Xangô!

7 de jan. de 2012

Exu Marabô

Apresenta-se falando pausadamente e com uma delicadeza extrema. Gosta de usar cobre em seus assentamentos. Possui um porte ereto e elegante. Astralmente se veste vermelho. Trabalha na linha negativa de Oxossi serventia do Caboclo Arranca-Toco.

O Sr. Marabô tem sua legião trabalhando no corte de trabalhos de magia negra. Sua poderosa legião também atua no corte de trabalhos ou correntes negativas em pessoas que sintam-se atingidas por espíritos perturbadores - quiumbas, promovem descargas em pessoas atingidas por despeitos com repercussão no emocional (queda de posição financeira, desemprego etc.), cortam demandas de saúde física e mental e descarga nos filhos de Oxossi.

História:

O reino estava desolado pela súbita doença que acometera a rainha. Dia após dia, a soberana definhava sobre a cama e nada mais parecia haver que pudesse ser feito para restituir-lhe a saúde. O rei, totalmente apaixonado pela mulher, já tentara de tudo, gastara vultosas somas pagando longas viagens para os médicos dos recantos mais longínquos e nenhum deles fora capaz sequer de descobrir qual era a enfermidade que roubava a vida da jovem. Um dia, sentado cabisbaixo na sala do trono, foi informado que havia um negro querendo falar com ele sobre a doença fatídica que rondava o palácio. Apesar de totalmente incrédulo quanto a novidades sobre o caso pediu que o trouxessem à sua presença. Ficou impressionado com o porte do homem que se apresentou. Negro, muito alto e forte, vestia trajes nada apropriados para uma audiência real, apenas uma espécie de toalha negra envolta nos quadris e um colar de ossos de animais ao pescoço. - Meu nome é Perostino majestade. E sei qual o mal atinge nossa rainha. Leve-me até ela e a curarei. A dúvida envolveu o monarca em pensamentos desordenados. Como um homem que tinha toda a aparência de um feiticeiro ou rezador ou fosse lá o que fosse iria conseguir o que os mais graduados médicos não conseguiram? Mas o desejo de ver sua amada curada foi maior que o preconceito e o negro foi levado ao quarto real. Durante três dias e três noites permaneceu no quarto pedindo ervas, pedras, animais e toda espécie de materiais naturais. Todos no palácio julgavam isso uma loucura. Como o rei podia expor sua mulher a um tratamento claramente rudimentar como aquele? No entanto, no quarto dia, a rainha levantou-se e saiu a passear pelos gramados como se nada houvesse acontecido. O casal ficou tão feliz pelo milagre acontecido que fizeram de Perostino um homem rico e todos os casos de doença no palácio a partir daí eram encaminhados a ele que a todos curava. Sua fama correu pelo reino e o negro tornou-se uma espécie de amuleto para os reis. Logo surgiram comentários que ele seria um primeiro ministro que agradaria a todos, apesar de sua cor e origem, que ninguém conhecia. Ao tomar conhecimento desse fato o rei indignou-se, ele tinha muita gratidão pelo homem, mas torná-lo autoridade? Isso nunca! Chamou-o a sua presença e pediu que ele se retirasse do palácio, pois já não era mais necessário ali. O ódio tomou conta da alma de Perostino e imediatamente começou a arquitetar um plano. Disse humildemente que iria embora, mas que gostaria de participar de um último jantar com a família real. Contente por haver conseguido se livrar do incomodo, o rei aceitou o trato e marcou o jantar para aquela mesma noite. Sem que ninguém percebesse, Perostino colocou um veneno fortíssimo na comida que seria servida e, durante o jantar, os reis caíram mortos sobre a mesa sob o olhar malévolo de seu algoz. Sabendo que seu crime seria descoberto fugiu embrenhando-se nas matas. Arrependeu-se muito quando caiu em si, mas seus últimos dias foram pesados e duros pela dor da consciência que lhe pesava. Um ano depois dos acontecimentos aqui narrados deixou o corpo carnal vitimado por uma doença que lhe cobriu de feridas. Muitos anos foram necessários para que seu espírito encontra-se o caminho a qual se dedica até hoje. Depois de muito aprendizado foi encaminhado para uma das linhas de trabalho do Exu Marabô e até hoje, quando em terra, aprecia as bebidas finas e o luxo ao qual foi acostumado naquele reino distante. Tornou-se um espírito sério e compenetrado que a todos atende com atenção e respeito. Saravá o Sr. Marabô!

Caminhos:

Marabô das Sete Encruzilhadas

Marabô do Cruzeiro

Marabô das Almas

Marabô Toquinho

Marabô Cigano

Marabô das Matas

Marabô da Calunga

Características

Bebida: bebidas finas, absinto...

Fuma: finos charutos

Guia: Vermelha e Preta

Lugar: encruzilhadas de ferro (trilho de trem).

Metal: Cobre

Mineral: Quartzo Azul Escuro

Planta: Mamona

Vela: pretas, vermelhas e pretas.

Pontos Cantados

Exu Exu Exu Marabô

Dentro de uma casa velha aonde mora a escuridão Exú

um homem sempre passava com o seu chapéu na mão Exú

quem tem asa sempre voa quem tem pé sempre caminha

eu nao saio a luz do dia não mas a noite sempre é minha Exú

Na porteira da calunga eu vi os exús de marabô 2X

Procure aprender

Este dito popular

Devagar se vai longe

Quem espera sempre alcança

Num toque de alegria

O doce sabor que contagia

Quem tem amor

Pode até compartilhar

E quem não tem

Com certeza vai achar

O teu medo de perder

Não se deixa vencer

Não é razão

Mas é a vontade

De mudar a situação

Não tenho luxo

E nem tenho riqueza

Só amor e sabedoria

E sei até falar francês

Sou exu Marabô

E pra você eu sou doutor

Exu Tranca-Rua

Tranca Ruas (O Guardião dos Caminhos), não é demônio que muitos acreditam que ele seja. Sua atribuição é trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Não deseja ser amado ou odiado, mas apenas respeitado e compreendido.

Caminhos

A falange de Tranca-Ruas é dividida em 7 sub-falanges. Cada sub-falange tem a direção de um Tranca-Ruas específico, como se fosse um batalhão - cada batalhão, um general.

Falange comandada por Tranca Ruas das Almas

Falange comandada por Tranca Ruas de Embaré

Falange comandada por Tranca Ruas das Ruas

Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Encruzilhadas

Falange comandada por Tranca Ruas das Porteiras

Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Luas

Falange comandada por Tranca Ruas das 7 Giras

Características:

Bebida:

Tranca Ruas das Encruzilhadas - Marafo, whisky, rum, vodka

Tranca Ruas dos Cruzeiros - Vinho branco, vermouth, champanhe, whisky

Tranca Ruas das Almas - Vinho tinto, whisky ou marafo

Erva Espada de São Jorge

Fuma Charutos

Planta rosas amarelas

Vela Pretas, Vermelhas e Pretas

História1

Muito grande, muito forte, Seu Tranca Ruas vem trazendo a sorte

Salihed, Mehi Mahar Selmi Laresh Lach Me Yê!

Saravá, Senhor Exu Guardião Tranca Ruas!

Saravá, Ogum Sete Lanças da Lei e da Vida!

Saravá Pai Ogum!

Saravá Mãe Iemanjá!

Saravá, Regente Oxalá!

Saravá, Umbanda!!!

Surpreenda-se com esse Mehi Guardião de Mistérios a serviço da Lei Maior!

("O Guardião Tranca Ruas pode ser tudo o que queiram, menos como tentam mostrar: Um demônio. Jamais foi ou é o que este termo deturbado significa na atualidade e nem o aceita como qualificativo das suas atribuições: Trancar a evolução dos desqualificados, desequilibrados e desvirtuados espíritos humanos. Odeia os que odeiam, sente asco dos blasfemos, nojo dos invejosos, repulsa pelos falsos, ira pelos soberbos e pena dos libidinosos. Saibam que foi um dos Mehis que velaram a descida do "ACH-ME ou MISTÉRIO JESUS CRISTO". Assim é TRANCA-RUAS, Mehi por Origem, Natureza e Formação. Não importa a Religião que tens que guardar, pois nela, dela e para ela, Mehi, sempre será.")

Senhor Tranca-Rua das Almas, senhor do Sétimo Grau de Evolução da Lei Maior de Ogum, conhecedor de todas as magias e demandas praticadas por seres sem luz, interceda no caminho de todos os filhos de fé, livrando-os de toda a energia que possa atrapalhar a evolução de todos os seres iluminados; fazei dos pensamentos uma porta fechada para a inveja, discórdia e egoísmo. Dos sete caminhos por ti ultrapassados, foi na rua que passou a ser dono de direito, abrindo as portas para os espíritos que merecem ajuda e evolução e fechando para os que querem praticar a maldade e a inveja contra seus semelhantes. Fazei dos nossos corações o mais puro que nossos próprios atos; Senhor (Pai) Tranca-Ruas das Almas agradeçemos por tudo que fizeste apren-der nesta vida e em outras que passamos lado a lado, rogo por vós a proteção, para os irmãos de fé, para toda a família e porque não para os inimigos Abençõe a guarde esses filhos que um dia entenderão o verdadeiro sentido da palavra umbanda.

Pontos Cantados:

1)O sino da igrejinha Faz belém, blem, blom

Deu meia noite o galo já cantou

Seu Tranca-Ruas é o dono da gira

Oi corre gira que Ogum mandou

2)Com 7 velas eu firmei meu ponto

E na encruza Exú me saravou

Firma seu ponto Seu Tranca Ruas

Exú da linha de Seu Marabô

3)Viva as almas, viva a coroa e a fé

Salve Exú das Almas

Ele é Tranca Ruas de fé

4)Seu Tranca Ruas que nasceu no Mato Grosso

Ele é filho de um xavante, ele é de Embaré

Mas o homem é Tranca Ruas de Embaré

5)Na sua encruza ele é o Rei

Na sua banda ele é o Senhor

Oi, salve o Sol, oi salve a Lua

Salve toda a encruzilhada

Oi saravá Seu Tranca Ruas

6)Seu Tranca Ruas me abra os meus caminhos

Que me foi trancado pelo povo pequenino

Saravá o sol, saravá a lua

Saravá a rua, saravá Seu Tranca Ruas

7)Está iluminando a sua banda

Está cheirando flor em seu Congá

Seu Tranca Ruas um pedido eu lhe faço

Me abre as portas

Ilumina os caminhos por onde passo

8)Exú abre os caminhos, foi Xangô quem mandou

Tranca Ruas nas encruzilhadas

Corre a gira nas demandas

Corre a gira nas Quimbandas,

Foi Xangô quem mandou

9)Seu Tranca Rua da Mata

Chama, chama que ele vem

Ele é o Rei da Quimbanda na Mata

Chama, chama que ele vem

Lá no meio da macaia

Seu Tranca Rua chegou

Ele veio tirar despacho

Que você pra mim deixou

Seu Tranca Ruas da Mata

Chama, chama que ele vem

10)Ouvi um barulho na mata

Ai meu Deus o que será

É Seu Tranca Rua das Matas

Que veio trabalhar

11)Seu Tranca Ruas nas forças da mata

O seu Congá tem segurança

É nas tronqueiras que ele gira

É meia noite que o galo canta

12)Quem é que desceu do reino, quem é?

Ele é Tranca Ruas das Almas, ele é

13)Estava dormindo na beira do mar

Quando as Almas me chamaram para trabalhar

Acorda Tranca Rua vai vigiar

O inimigo está invadindo a porteira do Congá

Põe a mão nas suas armas e vai guerrear

Bota o inimigo pra fora pra nunca mais voltar

14)Estava dormindo

A Umbanda me chamou

Se levanta minha gente

Tranca Rua já chegou

Quando a Lua sair

Eu vou girar, eu vou girar

Chegou Tranca Ruas

Pra todo mal levar

15)Seu Tranca Ruas

Me cubra com sua capa

Quem tem sua capa escapa

A sua capa é um manto de caridade

Sua capa cobre tudo

Só não cobre a falsidade

16)Oh! Luar! Oh! Luar! Olha os raios da Lua

Está chegando na banda Seu Exú Tranca Rua

Salve as Almas Benditas

Do cruzeiro das almas

Está chegando na banda

Tranca Rua das Almas